Projetar o entusiasmo poético ente à algum lugar particular, de conhecida existência sem erudição. Graus negativos neste alpendre, visto moleton e chinelos acompanhados de suaves cigarros brasileiros e reles idéias de amor. Cartas jamais enviadas e aquela vontade de entorpecer esse momento para o sempre. Sempre não, almejo voltar o mais breve possível. Sonho tanto com o lar!
Somos dois, eu e o amigo Daniel absorvendo o sereno aqui de fora, com nossos respectivos tabacos e fones de ouvido. Acho engraçado e memorável, por mais que não seja. Ele foge do frio e eu já nem dou mais importância. Meu velhinho, Aurélio, descabela-se em suas bodas de prata ao vento.
Estou pobre. Não há mais dinheiro nem para o café. Bom voltar à trabalhar… o tempo vago ganha valor. Quase não há um cidadão nas ruas, mas ainda escuto frases em espanhol. Porque as pessoas gostam tanto de espanhol? Acho bonito. Bonito como as árvores que já estão secas por completo e ficam ainda mais formosas com as notícia frescas deste fim de tarde. Uma entrevista de emprego para a próxima manhã e a vovó que já saiu do hospital. Cheiro maravilhoso de pão com ovo, a pobreza mais nobre que existe - preparado com carinho pelo Daniel neste exato momento. Os flocos de neve estão à comer meu papel então serei obrigada à deixar-te, luar minguante - que aqui no emisfério norte já nem sei mais o que és.
Cuide de minha avózinha para que não nos assuste mais assim. Cuida dos meus queridos amigos, dos seus amigos, de minha saúde, dos meus pulmões, da minha cabeça e do meu coração, que anda ancioso à espera de algo que finjo não saber o que é. Enriquece meu português, que a situação está crítica. Cuida também para que os doces floquinhos de neve continuem a dar graça à esse frio cortante.
Somos dois, eu e o amigo Daniel absorvendo o sereno aqui de fora, com nossos respectivos tabacos e fones de ouvido. Acho engraçado e memorável, por mais que não seja. Ele foge do frio e eu já nem dou mais importância. Meu velhinho, Aurélio, descabela-se em suas bodas de prata ao vento.
Estou pobre. Não há mais dinheiro nem para o café. Bom voltar à trabalhar… o tempo vago ganha valor. Quase não há um cidadão nas ruas, mas ainda escuto frases em espanhol. Porque as pessoas gostam tanto de espanhol? Acho bonito. Bonito como as árvores que já estão secas por completo e ficam ainda mais formosas com as notícia frescas deste fim de tarde. Uma entrevista de emprego para a próxima manhã e a vovó que já saiu do hospital. Cheiro maravilhoso de pão com ovo, a pobreza mais nobre que existe - preparado com carinho pelo Daniel neste exato momento. Os flocos de neve estão à comer meu papel então serei obrigada à deixar-te, luar minguante - que aqui no emisfério norte já nem sei mais o que és.
Cuide de minha avózinha para que não nos assuste mais assim. Cuida dos meus queridos amigos, dos seus amigos, de minha saúde, dos meus pulmões, da minha cabeça e do meu coração, que anda ancioso à espera de algo que finjo não saber o que é. Enriquece meu português, que a situação está crítica. Cuida também para que os doces floquinhos de neve continuem a dar graça à esse frio cortante.
