sábado, 2 de agosto de 2008

31/07

Peço desculpas pelo descuido da ausência de dissertar por estas bandas, mas estive distante do mundo real. Hospedei-me por alguns dias em beira-mar com mais alguns aliados, pouco sol, pouco alimento, pouco ouro e muito verde. Dias de indolência sem fim regados à brisas e muitos risos. Descobri que perdi algum tempo tendo apenas feito aulas de bateria, sem praticar com uma banda, o que é uma pena, mas ainda não está tudo perdido – prometo dedicar-me.

A tarde não era das mais quentes para mergulhar, mas era perfeita para um passeio nas pedras da orla até à vista que recompensaria todo o trabalho de estar lá. Chegamos com dificuldade, mas o namoro do mar com as pedras formava a espuma que ia e vinha banhando cada espaço vago, trazendo aquela paz imensa à nossos pensamentos. Com a ajuda da querida folhinha, completou-se o plano perfeito e durante alguns bons minutos não éramos mais cinco simples pessoas, mas sim o incalculável entre nuvens, em universos particulares, fora dos corpos e das coisas materiais. Éramos apenas vento e oceano. Ai, se tivéssemos o poder de eternizar esta sensação, entregaria em papel de embrulho com uma dedicatória às pessoas que mantém vivo qualquer tipo de desamor. Seria bom.

Se já não bastasse voltar após o planejado, recebi a informação de que o meu caro amigo cearense já estava a caminho de Santos e aguardava pela minha presença. Pousei na terrinha e fui às pressas ao encontro do mesmo, sem enxergar nada pela frente. Confesso que poderia passar a seu lado outras inacabáveis dezenove horas, apenas ouvindo aquele sotaque gostoso e aprendendo a enxergar beleza nas mais terríveis e pequenas coisas desta vida. Só para constar, contentei-me ao ver meus amigos quebrando o pré-conceito e contagiando-se com essa figura acolhedora.

Meu dedo indicador da mão esquerda tem um resquício de bolha, próximo à palma e outro bem à ponta, ambos gratos à música. Santa! Estou sendo chata?

Minha amada mãe de santo fez aniversário este sábado. Fizemos uma festança surpresa com o tema “anos 60”. Não foi exatamente fiel à temática, mas a intenção é o mais importante... E todos se divertiram. Quase sem dar tempo de chegar a nova aurora, já me mandei para o outro lado do oceano para despedir-me de mais uma companheira. Esta vai para a terra do Tio Sam, lugar que pouco me interessa neste momento, mas fui desejar-lhe boa-sorte, mostrar diligência e comer feijoada até sair rolando. Acabei não rolando e corri, atrasada como sempre, para o encontro dos companheiros de roquenrrol. Passamos bons bocados no condomínio high society. Basta.

PARA TUDO. Tenho uma enorme necessidade de escrever. Beatles, Dylan, Marisa, Martinho, Johnny, Hermanos, Chopin e tudo que gira em torno impulsiona essa vontade... Sinto certa dificuldade. Suspeito de algumas razões, mas sinto que preciso voltar a estar comigo, só comigo. Faltam apenas duas semanas para a minha partida, estou querendo colocar trezentosesessentaecincodias em quinze. Não pode! Não pode! Preciso encontrar-me novamente.

Preciso escrever sobre a mania de fugir das pessoas, mamografia e sobre as interpretações errôneas destes textos, mas agora além da dificuldade que eu já encontrava, minha irmã ligou na Globo, onde passa “A Grande Família”, o que fechou com chave de ouro esta prosa de não-pensamentos.