Baile de lágrimas neste cair de noite. Não fui à escola novamente, abandonei os músicos que já não estavam saciando minhas necessidades e passei mais uma tarde satisfatória ao lado do que me acompanha. Sinto-me triste, triste e com o coração destituído. A pior coisa desta vida é estar insatisfeito com a sua situação, confuso com as futuras decisões e não ter nada nem ninguém que te console em uma hora dessas. Manhê, quero um cafuné. Canta “Menininha” fazendo carinho tendo-me em seus braços? Não estou feliz com o meu trabalho, mas moro sobre o teto de meus patrões, não me convém outra opção. Existe, mas o dinheiro não seria suficiente e meus sonhos de estudar iriam pelos ares. Sinceramente, não sei. Soluços, um copo d’agua, pratos de dias anteriores, headphones, uma lista de tarefas, agenda e nenhuma alma viva ao meu lado. " Atento ao que sou e vejo, torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo é do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou". Allan, vem prosear comigo. Procuro-te à um longo tempo pelas ruas mas ainda não encontrei ninguém igual a você, amigo. "Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu". Este é o tipo de coisa que somente Érico Veríssimo e você diriam-me em uma hora destas. Mandem-me livros! Mandem-me cartas! Preciso de vocês.
