A alvorada já fez nascer uma nova segunda-feira ensolarada e o tempo parece correr cada dia mais depressa. Esta noite sonhei que despertava e já era dia de partir, mas eu não estava preparada. Estou preparada! Acho que ainda não caí em consciência de que daqui a vinte e sete dias depararei com uma nova alvorada cotidiana, sem Cartola, sem bananas e sem calor. Mesmo assim, sinto-me preparada. Será boníssimo, tenho certeza! Desejo com ardor para que essa experiência de nova vida chegue logo. O único e maior receio é não mais ter a alegria de abraçar meus avós em um absorto retorno. Por isso, ganharei muito ouro e os levarei para perto de mim. Então desperto.
domingo, 20 de julho de 2008
Seus pés não têm culpa
Nunca deixe o aconchego do lar para aventurar-se no infinito de uma noitada. Não deixe que a dó refletida no fascínio do próximo, por qualquer vontade do mesmo, o faça persistir em bandear contra sua própria natureza. Não escolha um sapato desconfortável, seus pés na tem culpa de nada. Nunca use, principalmente à noite, vestimentas hodiernas que não estão adequadas à opinião da maior parte da população, mesmo que você não se importe com o que ela pensa, pois após uma madrugada em claro, vem a aurora onde os gatos já não são tão pardos como antes.
Não tagarele no transporte público, onde trabalhadores cotidianos podem estar simplesmente desejando alguns instantes de paz na jornada para casa. Nunca, mas nunca projete nada que exija disposição extra com mais de dois camaradas fiéis nesta tarefa, pois isso será de certo um atraso para todas as decisões futuras. Seja cauteloso ao andar nas ruas após um determinado horário, mas não tenha medo, pois com a vela acesa, papai Ogum, mamãe Iansã e todas as correntes estarão zelando por sua segurança e para que tomes o melhor rumo. Não tente forçar o carinho de quem está dando a mínima para você, apenas mantenha-se educado da forma com que seus avós ensinaram seus pais. Não renda-se: Não seja como aqueles outros! Aproveite sempre os primeiros momentos, pista vazia e as mentes ainda sóbrias, sem festivais de ego, apenas na busca da descarga de energias pesadas através de músicas extremamente dançantes. Nunca misture cerveja barata com espumantes, destilados e maconha. Não fume! Não fume que faz um mal danado para você, para quem está em volta, para a sua imagem e principalmente para o seu hálito. Nunca dê ouvidos a um pseudo-homem tarado disfarçado em bom moço culturalmente completo e sensível. Não deixe a brisa pegar, pois após o filme começar a rodar em câmera lenta em preto e branco, não tem mais volta. Nunca dê tanta atenção a uma companheira que fica de porre, senão ela nunca irá aprender – isso não quer dizer abandonar. Dê menos atenção ainda para a outra amiga de tempos julga teus atos infantis. Não permaneça contra a sua vontade. Nunca suba a Avenida Brigadeiro sem sapatos, você pode pegar leptospirose. Não pernoite na casa de pessoas que moram em bandos e dormem em colchões no chão, te oferecem coxinhas fritas fresquinhas do boteco mais próximo e te hospedam de braços abertos como se você fosse um amigo da boa e distante infância. Não se encante pelo charme da amiga, também hospedada e muito menos por um residente. Não estranhe deparar com típicos bichos-grilo adormecidos na sala de estar do abrigo, afinal, você também é um deles. Nunca saia sem despedir-se no anfitrião e retribuir a gentileza. Não esconda dinheiro em lugares olvidáveis. Nunca se arrependa da madrugada anterior, o mundo é muito maior que tudo isso... E lembre-se novamente: Nunca, jamais e em hipótese alguma use um calçado desconfortável, isso causará ardência, inchaço e febre local por mais de 24 horas.
Não tagarele no transporte público, onde trabalhadores cotidianos podem estar simplesmente desejando alguns instantes de paz na jornada para casa. Nunca, mas nunca projete nada que exija disposição extra com mais de dois camaradas fiéis nesta tarefa, pois isso será de certo um atraso para todas as decisões futuras. Seja cauteloso ao andar nas ruas após um determinado horário, mas não tenha medo, pois com a vela acesa, papai Ogum, mamãe Iansã e todas as correntes estarão zelando por sua segurança e para que tomes o melhor rumo. Não tente forçar o carinho de quem está dando a mínima para você, apenas mantenha-se educado da forma com que seus avós ensinaram seus pais. Não renda-se: Não seja como aqueles outros! Aproveite sempre os primeiros momentos, pista vazia e as mentes ainda sóbrias, sem festivais de ego, apenas na busca da descarga de energias pesadas através de músicas extremamente dançantes. Nunca misture cerveja barata com espumantes, destilados e maconha. Não fume! Não fume que faz um mal danado para você, para quem está em volta, para a sua imagem e principalmente para o seu hálito. Nunca dê ouvidos a um pseudo-homem tarado disfarçado em bom moço culturalmente completo e sensível. Não deixe a brisa pegar, pois após o filme começar a rodar em câmera lenta em preto e branco, não tem mais volta. Nunca dê tanta atenção a uma companheira que fica de porre, senão ela nunca irá aprender – isso não quer dizer abandonar. Dê menos atenção ainda para a outra amiga de tempos julga teus atos infantis. Não permaneça contra a sua vontade. Nunca suba a Avenida Brigadeiro sem sapatos, você pode pegar leptospirose. Não pernoite na casa de pessoas que moram em bandos e dormem em colchões no chão, te oferecem coxinhas fritas fresquinhas do boteco mais próximo e te hospedam de braços abertos como se você fosse um amigo da boa e distante infância. Não se encante pelo charme da amiga, também hospedada e muito menos por um residente. Não estranhe deparar com típicos bichos-grilo adormecidos na sala de estar do abrigo, afinal, você também é um deles. Nunca saia sem despedir-se no anfitrião e retribuir a gentileza. Não esconda dinheiro em lugares olvidáveis. Nunca se arrependa da madrugada anterior, o mundo é muito maior que tudo isso... E lembre-se novamente: Nunca, jamais e em hipótese alguma use um calçado desconfortável, isso causará ardência, inchaço e febre local por mais de 24 horas.
sábado, 19 de julho de 2008
SEXTA-FEIRA, 18.07.2008
Ao som de “Be my life’s companion” flutuo entre dezenas de cédulas de cinqüenta reais, que em breve tornar-se-ão aquelas notinhas valiosas com a face da rainha estampada em cada uma delas. Alegremente saltitante vejo o objetivo aproximar-se cada vez mais e acariciar minha alma com aquele calafrio cortante e delicioso da ansiedade. Seria embaraçoso, gritar, por isso chacoalho as pernas e braços de forma com que este movimento transforme cada membro de meu corpo em um metal. Isso também é embaraçoso, mas de que me importa agora? Salve o piano de Billy Kyle! Salve o contrabaixo de Mr. Shaw! Salve Danny Barcelona na bateria! Salve Joe e o seu clarinete! Salve the Big Chief Russel Moore e seu trombone! Salve as suaves cordas do banjo e do violão de Glen Thompson!As energias da natureza me recompuseram ontem, até esqueci de citar. Nada neste século poderia amparar melhor a aurora de uma quinta-feira ardente do que namorar o encontro do céu e do mar da formosa praia do Tombo. Saciar a fome com filé de peixe ao molho de camarão feito na hora, mergulhar em “Para viver um grande amor” pela centésima vez e brindar o início da tarde com uma cocada das boas, junto a uma grande parceira e também a minha caçula e única irmã, Amanda.
Deixarei-vos na solitude desta breve e amigável prosa, para que eu possa enfrentar o dilema, célebre pelo sambinha – Ary Barroso que me perdoe o polêmico termo - de Noel Rosa, da escolha da roupa perfeita para encarar novamente a metrópole no dia de amanhã.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Blue Moon
Pode soar poético e exagerado, mas esta lua de hoje não está para brincadeira.Ficaria horas aqui neste quartinho desaconchegante só observando-a, refletindo nos cantos mais escuros desta noite iluminada.
O dia de hoje foi longo, mas teve aconchego, novas aquisições, mais um Louis Armstrong para a coleção e a companhia do novo amigo que ganhei, após algumas madrugadas e tardes culturais - não tão católicas.
Agora voltarei para preparar um suco de limão, meu favorito e admirar a lua ao lado de minha mãe, pois tenho pouco tempo para aproveitar disso tudo.
Ps. Mandei alguém olhar a lua antes de dormir, porque ela está incrivelmente especial hoje e recebi como resposta: "e ver você nela".
Lindo! Acho que o mundo precisa um pouco mais disso.
Até.
Está decidido e assim será:
"...dorme, que assim
dormirás um dia
na minha poesia
de um sono sem fim..."
domingo, 13 de julho de 2008
Inglaterra, afinidades e os astros.
Boa noite. Pensei em escrever nos últimos dias, mas não me senti inspirada para tal. Por uma incrível coincidência, estou ouvindo novamente o mesmo Dylan de dia desses, mas não me canso. Pelo contrário, arde, arde que me faz bem. Acho que é assim com todos que têm coisas favoritas. Eu tenho coisas favoritas.
Tenho encontrado com uma razoável freqüência os mesmos rostos para beber alguma coisa e jogar conversas aleatórias ao vento. Hoje não tive esta vontade. Não significa que esse desejo sempre corroa as minhas escolhas, mas eu simplesmente tenho optado por esse experimento. Foi dia de acordar tarde, mesmo adormecendo cedo na noite anterior, encher o bucho de macarrão e assistir Faustão. Na realidade crua não cheguei próximo de sintonizar no simpático gordinho, foi só para dar o desfeche do pensamento.
Essa história de ficar em casa sempre nos deixa mais preguiçosos do que nunca. Comecei até a dar mais atenção para Camões. Pouca atenção, pois a preguiça bate sempre. Entardece neste quarto e o ruído gostoso do toca-discos tira a minha atenção, como sempre. Recebi notícias da futura família, do outro lado do oceano, restavam dúvidas, mas está a minha espera. A hospitalidade britânica não carrega boas referencias, mas com toda a certeza serei bem-vinda. Sinto. Acredito nos meus guias também, que acompanham meus caminhos e afastam todas as preocupações de meus pensamentos ansiosos. Fiz uma lista dos humanos próximos que virão despedir-se daqui a um mês. Um mês! Está mais próximo do que imaginamos. Escova de dentes nova, quarto novo, banheiro novo, espelho novo, roommates novos, rotina nova, amigos novos, solidão nova, cultura nova etc. Excitante, não? O Reino-Unido está violento e cada vez mais sem-educação, por isso agradeço todos os dias por ter sido concebida por esta nação mãe que é o Brasil e ter chance de conhecer e aprender com o berço do mundo: Europa. Quero ver flores no amanhecer cinza refletindo na arquitetura centenária da capital Inglesa, ler livros e virar um dinossauro sabe-tudo neste grande mundo. Viajar, viajar, viajar. Um abraço pra quem fica.
Preciso citar um fato ocorrido esta semana, que a princípio ocupou as minhas preocupações, mas hoje considero simplesmente uma dúvida confusa esquecida no meu bolso. A minha maneira de falar é compreensível? Como não fazia há tempos, abusei do interesse machista – e cavalheiro, claro – de um antigo amigo colorido de levar-me em carona para um jogo rápido de palavras. Foi realmente o que aconteceu: Uma troca de risadas sem motivo, resgate de assuntos, nomes já não citados pra lá de um ano e um carinho disfarçado de piadas. Após deixá-lo no “obrigada” - beijo no rosto – caí no esquecimento e mergulhei na madrugada em outros assuntos, outras pessoas, outras luas. Quase amanhecendo, de quem lembrar? Dele mesmo, que voltou generoso ao local combinado, para que com seu gesto de cavalheirismo terminasse a noite bem. Deixou todos em casa e na minha vez, sem nenhum trocar de palavras ou insinuações, beijou-me como se eu fosse a ultima entre as mulheres. No momento realmente era. Agora direi o que eu mais precisava: não senti nada. Foi interessantíssimo, o rapaz é incrível e temos todas as afinidades do mundo. Talvez não todas, mas muitas. Ele é um dos mais desejados e descolados caras desta minúscula cidade. O tocar de lábios e a dança das línguas foi sutilmente agradável, a troca de energias delicada e poderia soar a voz doce da Regina Spektor nos meus ouvidos ao decorrer daqueles trinta minutos, mas nada aconteceu. Nadinha de nada. Saí de lá com a maior interrogação de todos os tempos na cabeça, perguntando a mim mesma o que estaria acontecendo. Prefiro tentar não entender. Como disse uma conselheira, espero: Deve ser uma fase.
Essa história de ficar em casa sempre nos deixa mais preguiçosos do que nunca. Comecei até a dar mais atenção para Camões. Pouca atenção, pois a preguiça bate sempre. Entardece neste quarto e o ruído gostoso do toca-discos tira a minha atenção, como sempre. Recebi notícias da futura família, do outro lado do oceano, restavam dúvidas, mas está a minha espera. A hospitalidade britânica não carrega boas referencias, mas com toda a certeza serei bem-vinda. Sinto. Acredito nos meus guias também, que acompanham meus caminhos e afastam todas as preocupações de meus pensamentos ansiosos. Fiz uma lista dos humanos próximos que virão despedir-se daqui a um mês. Um mês! Está mais próximo do que imaginamos. Escova de dentes nova, quarto novo, banheiro novo, espelho novo, roommates novos, rotina nova, amigos novos, solidão nova, cultura nova etc. Excitante, não? O Reino-Unido está violento e cada vez mais sem-educação, por isso agradeço todos os dias por ter sido concebida por esta nação mãe que é o Brasil e ter chance de conhecer e aprender com o berço do mundo: Europa. Quero ver flores no amanhecer cinza refletindo na arquitetura centenária da capital Inglesa, ler livros e virar um dinossauro sabe-tudo neste grande mundo. Viajar, viajar, viajar. Um abraço pra quem fica.
Preciso citar um fato ocorrido esta semana, que a princípio ocupou as minhas preocupações, mas hoje considero simplesmente uma dúvida confusa esquecida no meu bolso. A minha maneira de falar é compreensível? Como não fazia há tempos, abusei do interesse machista – e cavalheiro, claro – de um antigo amigo colorido de levar-me em carona para um jogo rápido de palavras. Foi realmente o que aconteceu: Uma troca de risadas sem motivo, resgate de assuntos, nomes já não citados pra lá de um ano e um carinho disfarçado de piadas. Após deixá-lo no “obrigada” - beijo no rosto – caí no esquecimento e mergulhei na madrugada em outros assuntos, outras pessoas, outras luas. Quase amanhecendo, de quem lembrar? Dele mesmo, que voltou generoso ao local combinado, para que com seu gesto de cavalheirismo terminasse a noite bem. Deixou todos em casa e na minha vez, sem nenhum trocar de palavras ou insinuações, beijou-me como se eu fosse a ultima entre as mulheres. No momento realmente era. Agora direi o que eu mais precisava: não senti nada. Foi interessantíssimo, o rapaz é incrível e temos todas as afinidades do mundo. Talvez não todas, mas muitas. Ele é um dos mais desejados e descolados caras desta minúscula cidade. O tocar de lábios e a dança das línguas foi sutilmente agradável, a troca de energias delicada e poderia soar a voz doce da Regina Spektor nos meus ouvidos ao decorrer daqueles trinta minutos, mas nada aconteceu. Nadinha de nada. Saí de lá com a maior interrogação de todos os tempos na cabeça, perguntando a mim mesma o que estaria acontecendo. Prefiro tentar não entender. Como disse uma conselheira, espero: Deve ser uma fase.
Sagitário: Você está mais caseira e intimista. A combinação de planetas no céu favorece atividades como escrever e desenhar. Use sua criatividade para fazer um blog, expressando sua forma de ver o mundo, suas angústias e seus sonhos. Dica: reflita um pouco sobre seus valores. Procure observar as pessoas que você admira.
Acabei de achar esta citação, na revista adolescente da irmã mais nova que estava entreaberta sob a mesa. Parece que estou seguindo direitinho as “dicas”. O amigo colorido faz mapa astral! Descobri hoje que o Balzaquiano também está por dentro da linguagem dos astros e justifica muitas decisões com argumentos deste segmento. Acho interessante. Gosto desse tipo hippie. Queria ser hippie – mentira.
Basta.
Acabei de achar esta citação, na revista adolescente da irmã mais nova que estava entreaberta sob a mesa. Parece que estou seguindo direitinho as “dicas”. O amigo colorido faz mapa astral! Descobri hoje que o Balzaquiano também está por dentro da linguagem dos astros e justifica muitas decisões com argumentos deste segmento. Acho interessante. Gosto desse tipo hippie. Queria ser hippie – mentira.
Basta.
sábado, 12 de julho de 2008
Resíduo
De tudo ficou um pouco
Ficou um pouco de luz
Pouco ficou deste pó
Mas de tudo fica um pouco.
Pois de tudo fica um pouco.
Ficou um pouco de tudo
Um pouco fica oscilando
De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
E de tudo fica um pouco.
Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
Do meu medo. Do teu asco.
Dos gritos gagos. Da rosa
ficou um pouco
Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).
Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
pouco, pouco, muito pouco.
Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
de duas folhas de grama,
do maço
- vazio - de cigarros, ficou um pouco.
Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.
Ficou um pouco de tudo
no pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco
de ruga na vossa testa,
retrato.
Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
um pouco de mim algures?
na consoante?
no poço?
Um pouco fica oscilando
na embocadura dos rios
e os peixes não o evitam,
um pouco: não está nos livros.
De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
pinga esta gota absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
este vidro de relógio
partido em mil esperanças,
este pescoço de cisne,
este segredo infantil...
De tudo ficou um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada,
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver... de aspirina.
De tudo ficou um pouco.
E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.
Mas de tudo, terrível, fica um pouco,
e sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço, o cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte escarlate
e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. Às vezes um rato.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Vou pra Long Beach...
Bom dia, dia.
Me encanta mucho essas manhãs frias e ensolaradas que têm me acordado todos os dias. A irmã está na cozinha preparando de boa vontade algo simples para nos fazer aguentar a batalha diária, mamãe está aproveitando seus ultimos dias de férias e estou aqui novamente, onde deveria estar praticando os ultimos exercícios das aulas de bateria.
Refleti pouco este começo de dia. Sorte a minha que ninguém nesse mundo tem interesse em desvendar minhas entrelinhas citadas aqui, assim sinto-me mais a vontade para dita-las com mais profundidade.
Algumas pessoas aparecem na sua vida, ficam nela por meses - muitas vezes até anos - e criamos um carinho imenso por estas, mesmo tendo as encontrado pessoalmente pouquíssimas vezes. É o caso de alguns que considero bem próximos e tenho saudades. Preciso reencontra-los antes de partir.
Vou lá pro lado da família em Long Beach agora. Fazer um programa tipicamente caseiro e gostoso ao lado de gente querida, sair rolando e vendendo felicidade. Volto logo!
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Mr. Tambourine Man

Hey Mr. Tambourine Man, meu toca discos está cansado e deixa o Dylan de 75 similar ao de 2007, mas mesmo assim o meu amor por ambos continua o mesmo. Neste exato momento toca a minha canção. A melhor de todas do mundo inteiro e eu paro, como sempre. I’m not the one you want babe, I’ ll only let you down. Fui engolida pela metrópole na madrugada de hoje, tenho muita preguiça. Não houve sintoma de bebedeira, mas as evidências estão no cansaço físico e nas marcar de bituca de cigarro cravadas por diversas partes dos corpos. Minha cabeça dói constantemente, repito que não como um porre, mas sim por ficar por horas e horas em frente a esse veneno, que me consome e te consome.
Todos estavam montados de maneira que fizesse parecer que não são iguais aos outros e não são influenciados por uma tendência passageira, mas no fundo bem lá no fundo o que todos queriam é parecer uns com os outros e enlouquecer noite a fora. Um não se sabe se é amigo, pois usa uma máscara noventaporcento do tempo, mas tem conhecimento íntimo de alguns anos. Outra é a menina dos olhos, linda como nunca, distante como sempre, acompanhada do amigo gay que faz o tipo simpático e tenho certeza que em mais algumas madrugadas em claro tornar-se-ia um grande amigo meu. How does it feel? Falam mal de personagens de conhecimento comum, de relações amorosas e tornam a falar mal de outros ou mesmos personagens do cotidiano. Chegam ao local planejado, sentem-se estranhos ao comparar-se com as outras pessoas normais, não montadas, voltando para casa em sua rotina, mas crescem o peito para ter a certeza de que o mundo é que está errado.
Para esquecer dos problemas, que talvez não sejam tantos, para ficar mais extrovertidos ou simplesmente por prazer, degustam longas latas de cerveja clara, não tão geladas, em combinação com chicletes sem açúcar. Juntam-se com os novos amigos dos outros não tão novos amigos, separam-se em duplas ou trios e seguem rumo ao caldeirão. O cansaço bate, mas não pode passar das paredes da minha individualidade, senão todo o esforço estará perdido.
No meio do durante, onde toda a ferveção aconteceu, vários reencontros esperados, mas talvez não tão desejados, vão surgindo entre a luz negra e o erro na mudança da música. Pessoas medíocres com quem eu não tenho nenhuma afinidade, trazem a falsidade junto com o lenço colorido no pescoço e fingem realmente importar-se com o que você tem feito, ou o que fará nos próximos meses, para ser motivo de uma conversa hipócrita alguns segundos depois, pois ninguém é bom o suficiente como eles para mudar para o antigo continente, estudar artes ou qualquer coisa que signifique passar por cima desse complô. She thinks just like a woman, but she breaks like a little girl. A minha menina continuou sóbria e discreta, mas já se mostrava mais próxima de mim.
Cervejas, cervejas, cervejas compradas, cervejas roubadas, caipirinhas de todos os sabores roubadas, rodas de dança, dança singular, dança tosca e sensual tão igual, mas tão individual ao mesmo tempo. Perde-se o controle, o juízo e tudo que poderia ser certo naquele momento. Todos deixam cair às máscaras aos poucos, revelando lentamente as verdades e os desejos de cada um. Os hormônios estão alterados, as idéias estão confusas, mas tudo parece simples: amor livre, amor para todos, amor. The answer, my friend, is blowin’ in the wind. Todos beijam-se. Amigos, novos amigos, desconhecidos, pessoas não-queridas, todos beijam-se no decorrer da noite. A noção já foi embora junto com a sobriedade, verdades são ditas, cigarros são acesos atrás de cigarros e o cansaço não nos pode deixar abater. Minha menina já virou menina de outra moça, eu virei menina de outro rapaz, outra moça, outro rapaz, outra moça e por aí segue até amanhecer. Dói um pouco, mas bem pouco. Ir ao banheiro a cada instante só para olhar se ela continua lá, olhar-se no espelho e sentir-se deslumbrante, mesmo suada – e também descarregar a cerveja. Não conheço metade das canções que todos sabem, já falei verdades para pessoas indevidas e não agüento o peso das minhas próprias pernas.
Todos estavam montados de maneira que fizesse parecer que não são iguais aos outros e não são influenciados por uma tendência passageira, mas no fundo bem lá no fundo o que todos queriam é parecer uns com os outros e enlouquecer noite a fora. Um não se sabe se é amigo, pois usa uma máscara noventaporcento do tempo, mas tem conhecimento íntimo de alguns anos. Outra é a menina dos olhos, linda como nunca, distante como sempre, acompanhada do amigo gay que faz o tipo simpático e tenho certeza que em mais algumas madrugadas em claro tornar-se-ia um grande amigo meu. How does it feel? Falam mal de personagens de conhecimento comum, de relações amorosas e tornam a falar mal de outros ou mesmos personagens do cotidiano. Chegam ao local planejado, sentem-se estranhos ao comparar-se com as outras pessoas normais, não montadas, voltando para casa em sua rotina, mas crescem o peito para ter a certeza de que o mundo é que está errado.
Para esquecer dos problemas, que talvez não sejam tantos, para ficar mais extrovertidos ou simplesmente por prazer, degustam longas latas de cerveja clara, não tão geladas, em combinação com chicletes sem açúcar. Juntam-se com os novos amigos dos outros não tão novos amigos, separam-se em duplas ou trios e seguem rumo ao caldeirão. O cansaço bate, mas não pode passar das paredes da minha individualidade, senão todo o esforço estará perdido.
Esqueci de citar que ao juntarem-se com os novos amigos dos outros não tão novos amigos, existe o abraço apertado na amiga não tão nova, que não via pra lá de um semestre. Gera uma ponta de ciúme nos outros companheiros e principalmente na menina dos olhos, que ao mesmo tempo cria uma admiração instantânea pela mesma.
I want you. I want you. I want you so bad. Honey, I want you.
No meio do durante, onde toda a ferveção aconteceu, vários reencontros esperados, mas talvez não tão desejados, vão surgindo entre a luz negra e o erro na mudança da música. Pessoas medíocres com quem eu não tenho nenhuma afinidade, trazem a falsidade junto com o lenço colorido no pescoço e fingem realmente importar-se com o que você tem feito, ou o que fará nos próximos meses, para ser motivo de uma conversa hipócrita alguns segundos depois, pois ninguém é bom o suficiente como eles para mudar para o antigo continente, estudar artes ou qualquer coisa que signifique passar por cima desse complô. She thinks just like a woman, but she breaks like a little girl. A minha menina continuou sóbria e discreta, mas já se mostrava mais próxima de mim.
Cervejas, cervejas, cervejas compradas, cervejas roubadas, caipirinhas de todos os sabores roubadas, rodas de dança, dança singular, dança tosca e sensual tão igual, mas tão individual ao mesmo tempo. Perde-se o controle, o juízo e tudo que poderia ser certo naquele momento. Todos deixam cair às máscaras aos poucos, revelando lentamente as verdades e os desejos de cada um. Os hormônios estão alterados, as idéias estão confusas, mas tudo parece simples: amor livre, amor para todos, amor. The answer, my friend, is blowin’ in the wind. Todos beijam-se. Amigos, novos amigos, desconhecidos, pessoas não-queridas, todos beijam-se no decorrer da noite. A noção já foi embora junto com a sobriedade, verdades são ditas, cigarros são acesos atrás de cigarros e o cansaço não nos pode deixar abater. Minha menina já virou menina de outra moça, eu virei menina de outro rapaz, outra moça, outro rapaz, outra moça e por aí segue até amanhecer. Dói um pouco, mas bem pouco. Ir ao banheiro a cada instante só para olhar se ela continua lá, olhar-se no espelho e sentir-se deslumbrante, mesmo suada – e também descarregar a cerveja. Não conheço metade das canções que todos sabem, já falei verdades para pessoas indevidas e não agüento o peso das minhas próprias pernas.
Morro. Num sono profundo de loucura, tão profundo que é quase impossível despertar. Já amanheceu o dia, está lindo e frio, mas a minha memória só me faz lembrar os fatos da noite passada. A princípio uma vergonha, mas agora já soa natural.
Agora meus olhos estão pregados, não fui assistir ao filme do Woody Allen como havia planejado. Uma preguiça imensa tomou conta do meu corpo. Comeria uma pizza e ouviria mais umas cinqüenta vezes esse disco, que agora já pegou velocidade suficiente para que Bob Dylan’s Greatest Hits vol.I seja exatamente como ele é.
Metrópole
TERCA-FEIRA - 8/7
Anda inspirada a cada segundo que passa nesta fase. Já pisou na areia, já ouviu boa música, já viu o mar, já caminhou seis quilômetros à beira, já foi ao banco para acertar suas economias, já cochilou sem querer e já foi dar um abraço apertado na avó querida, que pula para a casa dos setenta no dia de hoje. Também já cuidou da pele, da roupa, do cabelo e da casa.
Entre um estresse e outro, contas e assuntos não resolvidos recebe o convite para badalar na capital. O que poderia ser mais interessante do que brindar o novo com os amigos de tempos naquela imensa metrópole? Talvez ficar em casa naquela imensidão de discos, livros, filmes e programas de TV poderia ser uma melhor alternativa e não exigiria tanta disposição e dinheiro. Mas quem está falando de disposição e dinheiro? Estamos falando de diversão. Diversão é relativo – o que não é relativo, sua burra? - pois o que pode ter sido divertido certa vez, pode perder a graça desta, ou para o outro.
Não concorda com aquelas pessoas, mas sente falta. É quase impossível colocar em palavras seu sentimento de ansiedade, decepção e ao mesmo tempo entusiasmo. Todas as partes torcem para que se torne uma noite agradável, onde a falsidade impere sem deixar que a verdade apareça, fazendo com que todos estejam em perfeita harmonia com todos, sem mágoas ou algum pingo de inveja. Eita mundinho miserável que é São Paulo! São Paulo, Santos e até mesmo Londres. Quer fugir para algum lugar onde as pessoas sejam diferentes sem que seja necessária a diferença e onde ser igual seja também uma qualidade. Quer encontrar flores no caminho, perfume e canções de amor. Mesmo que atravesse festas, música eletrônica, neon e glitter, torce para que todos estejam lá por um motivo razoável: diversão.
Gosto e não gosto. Gosto e não gosto. Gosto e não gosto. Gosto e não gosto.
Poderia repetir isso milhões de vezes, pois realmente gosto e não gosto.
Acho melhor agora retirar-se e descansar, pois senão o desgosto tomará conta da noite na metrópole, e não é o que queremos que aconteça.
Boa noite, você está linda, quanto tempo não a vejo, fico feliz por você, let’s celebrate.
Anda inspirada a cada segundo que passa nesta fase. Já pisou na areia, já ouviu boa música, já viu o mar, já caminhou seis quilômetros à beira, já foi ao banco para acertar suas economias, já cochilou sem querer e já foi dar um abraço apertado na avó querida, que pula para a casa dos setenta no dia de hoje. Também já cuidou da pele, da roupa, do cabelo e da casa.Entre um estresse e outro, contas e assuntos não resolvidos recebe o convite para badalar na capital. O que poderia ser mais interessante do que brindar o novo com os amigos de tempos naquela imensa metrópole? Talvez ficar em casa naquela imensidão de discos, livros, filmes e programas de TV poderia ser uma melhor alternativa e não exigiria tanta disposição e dinheiro. Mas quem está falando de disposição e dinheiro? Estamos falando de diversão. Diversão é relativo – o que não é relativo, sua burra? - pois o que pode ter sido divertido certa vez, pode perder a graça desta, ou para o outro.
Não concorda com aquelas pessoas, mas sente falta. É quase impossível colocar em palavras seu sentimento de ansiedade, decepção e ao mesmo tempo entusiasmo. Todas as partes torcem para que se torne uma noite agradável, onde a falsidade impere sem deixar que a verdade apareça, fazendo com que todos estejam em perfeita harmonia com todos, sem mágoas ou algum pingo de inveja. Eita mundinho miserável que é São Paulo! São Paulo, Santos e até mesmo Londres. Quer fugir para algum lugar onde as pessoas sejam diferentes sem que seja necessária a diferença e onde ser igual seja também uma qualidade. Quer encontrar flores no caminho, perfume e canções de amor. Mesmo que atravesse festas, música eletrônica, neon e glitter, torce para que todos estejam lá por um motivo razoável: diversão.
Gosto e não gosto. Gosto e não gosto. Gosto e não gosto. Gosto e não gosto.
Poderia repetir isso milhões de vezes, pois realmente gosto e não gosto.
Acho melhor agora retirar-se e descansar, pois senão o desgosto tomará conta da noite na metrópole, e não é o que queremos que aconteça.
Boa noite, você está linda, quanto tempo não a vejo, fico feliz por você, let’s celebrate.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Início
Hoje é o início de pouca coisa. Pouca coisa representa pequena quantidade, mas não tira o mérito das mesmas poucas.
Começo de uma nova etapa da vida de alguém que pensa que sabe o que quer para a própria existência, tendo tão pouco usufruído desta. Reflito ao som de uma das novas caras da música brasileira, Helio Flanders, cantando em inglês uma música incrivelmente doce e sutil, capaz de tocar até mesmo o coração daqueles que colocam uma barreira de aço ao redor de seus pensamentos para fazer comentários nunca satisfeitos. Me perco em idéias doces e sutis como esta canção que me levam longe neste fim-de-tarde friozinho de folga. Folga? Sim, cá está o motivo da tal nova fase: A partir de hoje não trabalho mais. Simples assim e sem muitas explicações. Faço textos sem explicações e sentido, faço músicas sem explicações e sentido, faço coisas sem explicação e sentido, mas nessa hora juro que tudo o que eu pensei foi que eu precisava sair de lá. Era cômodo e me proporcionava ouro, mas agora que tenho o que planejei, não é tão simples controlar os anseios e beirar uma vida paralela, tendo de seguir as regras ditadas por uma pessoa menos instruída que vai permanecer por pelo menos mais uns cinco anos na mesma posição, até estar velha demais para o cargo e ser engolida por uma carne fresca. Desejo o pôr-do-sol mais bonito, como o de hoje, todos os dias para todas essas pessoas que ficaram. Para as mais queridas, deixei mensagens de despedida, para que lembrem de mim nos momentos mais inusitados... mas tenho um coração gelado, desgosto por despedidas e guardo em histórias cada pessoinha daquelas.
Deixei-as. Ficarão bem, eu sei.
A outra pouca coisa que inicia-se hoje é você, Balada das meninas de bicicleta, inspirada na poesia do meu Vinicius, dedico-me à partir de agora a mais um passatempo: escrever. Não sou do tipo fã de grandes escritores, não torno a literatura sagrada e não tenho o melhor português do mundo, mas a necessidade de tornar eternos os pensamentos cotidianos me faz ter apreço por você.
A minha verdade está com sono, já anoiteceu e o Hélio continua cantando para me aquietar.
Paro por infinitos segundos nesta melodia simples, batida e genial, planejando o que mais será do dia de hoje, de amanhã, do próximo mês no velho continente e todas as coisas, poucas, que me rodeiam. Interrompida por um telefonema relembro a família querida que ficará também na minha próxima despedida, desta vez sendo inerte remediar. Mas está chegando uma nova vida, ainda desconhecida, por aqui para ocupar o vazio que deixarei no coração do vovô.
Uma menina que ocupou meus pensamentos, mensagens de texto e telefonemas durante algumas semanas tornou-se distante, mas assim como eu ela é de Sagitário, o que torna tudo mais complicado. Distante, distante, mas meu coração saltava para sua proximidade a cada atenção trocada em meio a distância. Trocada no início e não correspondida no final - pelo menos é a minha percepção. Cansei e coloquei-a em mais uma história passageira até esquecer por quase completo. Não existe maneira de conseguir tal façanha com um sargitariano, que agarra suas esperanças e as alimenta vezemquando de forma afetuosa. Ontem planejava cervejar por aí com uma amiga para celebrar a nova vida com alguém que realmente se importa com o motivo. E fui. Fui com o pensamento na proposta de minha menina, que reapareceu com o que talvez aconteceria, como todos os talvez envolvidos em suas decisões, de um possível breve reencontro. Ao acordar já havia esquecido - e mesmo quando não, fingia esquecer - a possibilidade de vê-la. Mas não durou muito tempo, logo tornou a ligar e confirmar que o talvez continuava sendo talvez, mas a ligação tornava-o mais real. Continuo aqui, iniciando a minha noite junto a todas as poucas coisas que inicio, com a certeza de que não a verei hoje novamente e que é melhor não pensar, pois mais complicado do que relacionar-se com um homem complicado, é relacionar-se com uma menina linda e complicada de Sagitário. Não, não estou apaixonada... tenho o coração gelado, lembra? Mas sou uma apaixonada pela vida e pelas pessoas que atravessam a minha.
Para refletir, flerto a alguns meses com um balzaqueano musicista, talvez mais gênio do que o Hélio - que continua na trilha, que tem uma filha alcançando a minha idade. Não é dos mais belos, tem um sotaque tipicamente nordestino, pele dourada do sol, barba e uma paixão infinita por cultura. Amo cada frase dita da forma dele, derreto-me e encho o peito de orgulho toda vez que aparece no meu televisor. Isso tudo também não quer dizer que sou apaixonada, no sentido literal da palavra. Acho que não faz sentido e já falamos sobre isso.
Minha irmã terminou um bolo, já degustei todo aquele finzinhodechocolate que ficou na tigela e agora vou fazer o papel de boa irmã-mais-velha e a deixarei alimentar suas necessidades adolescentes no Orkut e Messenger com suas amigas, que sabemos que não são amigas, e seus atuais e futuros amores, platônicos ou não, para que a vida continue, como todas as segundas-feiras (de férias!).
* A imagem do fim-de-tarde é da Fernanda Luz, uma fotógrafa Santista.
Assinar:
Comentários (Atom)
